Ele só ficava me olhando de longe. Quando se cansou de olhar, seguiu na minha direção, passou bem perto e me deixou com aquele arrepio na espinha pensando que encostaria-se a alguma parte do meu corpo. Mas era alarme falso. Era só impressão, só sacanagem. Para aumentar minha tormenta ele se ajeita bem na minha frente, há poucos centímetros de distância e nada faz, só olha. Admira. Eu nem reparei quando chegou tão perto, quando notei, imagino que meus olhos quase saltaram pela cavidade ocular. Mas disfarcei. Segurei a pose e recomecei a dança de onde parei
Quando não mais resisti, tomei a iniciativa de encará-lo como se não houvesse mais nenhum ser vivo ao meu redor. Quando ele finalmente encostou-se em mim, ou melhor, em meus lábios, já era tarde. Não resisti e me entreguei. Parecia que era primeira vez que tinha aquela sensação. Esqueci-me até da iniciativa insistente que tomei de encará-lo energicamente.
Agora, pois, o passarinho voa por outras bandas, deixando livre meus lábios sem saber o porque daquela atitude tão veemente.
Maryhá De Podestà
kkkkkkkkk que cara sacana esse hein!!!
ResponderExcluirGostei, por um segundo comecei a viajar ! Wesley Trindade
ResponderExcluirMuito bom. Dá uma boa adaptação cinematográfica. Buscarei aqui inspirações para meus filmes. ;)
ResponderExcluirDudu.