terça-feira, 27 de julho de 2010

Matéria- Diário da Amazônia [2]

06-07-2010
Queimadas urbanas prejudicam o meio ambiente
e a saúde dos cidadãos.

O número de queimadas registradas, em Rondônia, em junho é o maior em cinco anos.
Maryhá De Podestà
Segundo a Lei Ambiental é expressamente proibido realizar queimadas de qualquer material ao ar livre, mas é visível em centros urbanos, o desrespeito com o meio ambiente e com os direitos do cidadão de ir e vir. A prática de queimadas urbanas causam diversos problemas para a sociedade, afetando na qualidade do ar e prejudicando a saúde com a grande quantidade de fumaça e cinzas causando sérios problemas respiratórios e aumentando a demanda em hospitais à procura de tratamento de nebulização contra a insuficiência respiratória.
No Código Florestal a Lei explicita que é de responsabilidade de donos de terrenos dentro do perímetro urbano manter a limpeza, construir muros, cercas ou calçadas para evitar acúmulo de lixo, matagais para não serem propriamente queimados por munícipes. Mas não é assim que acontece. Quarteirões e áreas inteiras são alvos de queimadas desordenadamente, deixando a cidade escura em plena manhã.
Em qualquer município as pessoas precisam se conscientizar urgentemente, mas em Ji-Paraná há situações caóticas que contribuem para os problemas respiratórios, como por exemplo, a escassez de asfalto em muitas ruas, portanto, será possível conviver com mais essa poluição? É importante que a população seja consciente dos cuidados, principalmente nas áreas urbanas.
A Polícia Ambiental, apesar de não muito conhecida no município, faz um trabalho efetivo contra as queimadas: conscientizam, conversam, alertam os moradores, mas há sempre alguns menos respeitosos e para esses, quem provocar o crime de queimadas urbanas serão submetidos às punições. Os castigos são penas de reclusão que variam de dois a quatro anos, além de multa, podendo ser o infrator detido pela Polícia Ambiental. O proprietário da área ou lote e autor do incêndio estará sujeito às mesmas penalidades.
Focos de queimadas crescem 622% em RO
O número de queimadas registradas, em Rondônia, em junho é o maior em cinco anos. Segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), em todo mês foram registrados 260 focos de calor em 28 municípios. Lideram a lista: Pimenta Bueno com 75 focos, seguido de Porto Velho com 42 e São Francisco do Guaporé com 25 focos.
Não há justificativas cabíveis para tal tragédia, mas segundo a coordenadora de Educação Ambiental da Secretaria de Estado do Desenvolvimento (Sedam), Iracy Wanderley, os fatores possíveis são: climáticos, cultural e desconhecimento ambiental.
O Sedam lançou no dia 30 a campanha de Combate às queimadas que além das fiscalizações, conscientização e monitoramento viu satélite foi acrescido o trabalho de capacitação de brigadas de incêndio.
Queimadas rurais
Há diferenças entre as queimadas urbanas e as queimadas rurais. As queimadas em áreas rurais são técnicas rudimentares de preparo da terra, quando existe uma área na qual se pretende cultivar, o pequeno produtor queima a vegetação para limpar o local e preparar o solo, esse recurso não requer investimentos financeiros.
As queimadas praticadas para retirar a cobertura vegetal original para o desenvolvimento agrícola e pecuária provocam uma grande perda de seres vivos da fauna e da flora, promovendo um profundo desequilíbrio ambiental, às vezes em níveis sem precedentes.
Do ponto de vista agrícola, o ato de queimar áreas para o desenvolvimento da agricultura é uma ação totalmente negativa, uma vez que o solo perde nutrientes, além de exterminar todos os microrganismos presentes no mesmo que garante a fertilidade, dessa forma, a fina camada da superfície fica empobrecida e ao decorrer de consecutivos plantios a situação se agrava gradativamente resultando na infertilidade.
Outra questão que deriva das queimadas é o aquecimento global, pois a prática é a segunda causa do processo, ficando atrás somente da emissão de gases provenientes de veículos automotores movidos a combustíveis fósseis. Isso acontece porque as queimadas produzem dióxido de carbono que atinge a atmosfera agravando o efeito estufa e automaticamente o aquecimento global.
No caso específico do Brasil, as queimadas tem sido responsáveis pela diminuição de importantes domínios brasileiros, principalmente a floresta Amazônica e o Cerrado, duas áreas intensamente exploradas pela agropecuária, o segundo é o mais agredido, pois segundo estimativas restam menos de 20% da vegetação original, pois o restante já foi ocupado por lavouras e pastagens e o primeiro nos últimos anos tem atraído muitos produtores, isso certamente causará grandes impactos em uma das áreas mais importantes do mundo e que deve ser conservada para as próximas gerações.
As queimadas são proibidas?
De acordo com o vice-diretor do IBAMA, Danilo Monteiro de Bastos Collen, as queimadas são autorizadas sob critérios técnicos, como os aceiros, por exemplo, que impedem a propagação do fogo além dos limites estabelecidos. Ao receber a autorização, que são emitidas pelo Sedam, para a queimada, o proprietário da área é instruído sobre a melhor maneira de executar o trabalho. O IBAMA também distribui material educativo e conta com o projeto Prev Fogo que estima brigadistas para prevenir as queimadas em regiões onde essa prática é usual. Em situações especiais, o IBAMA pode proibir as queimadas, o que não impede que elas ocorram de forma ilegal, provocando incêndios florestais.

Diferenças entre focos de calor, incêndio e queimadas: (Fonte Prevfogo/ Ibama)

Focos de calor: Qualquer temperatura registrada acima de 47ºC. Um foco de calor não é necessariamente um foco de fogo ou incêndio
Queimadas: A queimada é uma antiga prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura ou renovar as pastagens. A queimada deve ser feita sob determinadas condições ambientais que permitam que o fogo se mantenha confinado à área que será utilizada para a agricultura ou pecuária.

Incêndio Florestal: É o fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem (intencional ou negligência), quanto por uma causa natural, como os raios solares, por exemplo.

Maryhá De Podestà

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