segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Assédio moral nas empresas

Meu blog não deve ser muito visitado e talvez nem tão interessante para muitos. Talvez nem haja motivos suficientes para visitarem, mas a razão pela qual o mantenho é, divulgar meus sentimentos, minha idéias e principalmente o que julgo interessante. Portanto, seria, no mínimo, hipócrita não divulgar esta informação sobre assédio moral nas empresas. Escrita por Wilson da Costa Bueno, que é jornalista, professor da UMESP e da USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa. Editor de 4 sites temáticos e de 4 revistas digitais de comunicação. A matéria foi divulgada no site: http://portalimprensa.uol.com.br. De maneira abrangente, simples e muito inteligente, claro, interessa à todos. LEIAM se julgarem necessário! ;)

"Assédio moral nas empresas. Avançamos um pouco

Louvável, absolutamente louvável. Os principais bancos do país acabam de assinar um acordo com os trabalhadores para combater o número crescente e vergonhoso de casos de assédio moral nas instituições financeiras.

Evidentemente, o problema não está restrito aos bancos e se estende a uma parte significativa de empresas que continuam praticando a velha tese de "quem pode manda, obedece que tem juízo" , com a discriminação (étnica, de gênero, sexual etc) acintosa de minorias, com a perseguição aos que divergem do discurso oficial e sobretudo aos que contestam o autoritarismo de chefias incompetentes.

A AMBEV se tornou exemplo emblemático neste sentido pela sua cultura que pressiona escandalosamente por resultados (dizem que está mudando a postura) e que lhe valou inúmeros processos de assédio moral (vide Assédio Moral Ambev no Google), mas pode até perder esta posição, se o cenário não se modificar. Há uma avalanche de ações na Justiça e somente o Tribunal Superior do Trabalho julgou, em 2010, mais de 650 processos, um aumento de quase 45% em relação ao ano anterior.

O caso mais recente, destacado pela mídia, foi o da Renosa, uma indústria de bebidas (franqueda da Coca-Cola) de Mato Grosso, que foi obrigada a indenizar em 80 mil reais um funcionário que, por repetidas vezes, em função do seu desempenho considerado baixo, recebeu o "troféu tartaruga". Segundo notícia publicada na Folha de S. Paulo de 27/01/2011, o vendedor da Renosa (já saiu de lá, é claro!) recebia o troféu diante dos colegas e era obrigado a ouvir comentários irônicos. Pior: tinha que levar o troféu e exibi-lo nas reuniões.

O tratamento humilhante de funcionários não combina com a moderna gestão de pessoas, mas tem tudo a ver com culturas organizacionais que privilegiam metas (quase sempre inatingíveis) e abrigam chefias (que de líderes têm coisa alguma) com problemas psicológicos difíceis de resolver.

O acordo dos bancos com o Sindicato dos bancários vem em hora certa e permitirá que os trabalhadores disponham de canais de comunicação nestas instituições para a denúncia anônima de casos de assédio moral. Com isso, os abusos devem diminuir drasticamente, mesmo porque chefes que insistam nessa postura inaceitável serão, de agora em diante, patrulhados, denunciados e (quem tem dúvida?) colocados no olho da rua, onde deveriam estar há um bom tempo. Na verdade, é preciso admitir que as pessoas só agem desta forma quando há culturas e diretorias que legitimam os seus atos e existe um setor de recrutamento que não tem competência para identificar, nos gestores que admite, mentes doentias e não comprometidas com a modernidade.

Vários bancos têm sido punidos pela Justiça em função da postura inadequada de chefias com esse perfil. Sabe-se que a maior indenização (1,3 milhão de reais) por assédio moral no Brasil associada a uma instituição financeira envolveu o Bradesco, com a acusação de preconceito em relação à orientação sexual de um funcionário. Mas o Santander também teve que pagar 100 mil reais a um ex-gerente que sofria perseguições porque não atingia as metas rigorosas que eram impostas pelo banco. E também se comenta largamente o caso de uma funcionária do Itaú Unibanco que teve sua desconfortável situação financeira exposta publicamente e utilizada como exemplo a não ser seguido.

Ninguém ignora que as nossas organizações são, por excelência, autoritárias (as exceções só confirmam a regra) e que, portanto, esses casos se multiplicam Brasil afora. A novidade é que, gradativamente, os cidadãos vão tomando consciência de que não devem tolerar esta situação vexatória e recebido apoio de sindicatos e de parcela da Justiça para pedir reparação pelos danos sofridos no ambiente de trabalho por empresas socialmente irresponsáveis.

Este panorama conflita com o oba-oba que observamos na Comunicação Empresarial brasileira e com os cases premiados de comunicação interna, muitos deles verdadeiras peças de mistificação. Na prática, eles relatam avanços meramente pontuais, muitas vezes irrelevantes, na relação com os funcionários, mas infelizmente entidades e jurados preferem valer-se mais dos relatos do que da verdade para concederem os prêmios, como denunciamos em artigo anterior neste Portal (Na Comunicação Empresarial, as versões valem mais do que os fatos). Há uma hipocrisia empresarial em ação e o mesmo acontece nas premiações em Recursos Humanos, com empresas predadoras abocanhando troféus de gestão por cases manipulados pelos próprios gestores.

A moderna administração não pode conviver com processos de gestão equivocados e que submetem os funcionários a situações humilhantes, desrespeitam a privacidade e afrontam a dignidade humana. Por isso, é fundamental que medidas exemplares sejam tomadas para coibir abusos e que estejamos atentos para denunciá-los, valendo-se dos meios de comunicação, dos sindicatos e das redes e mídias sociais que não estão sob controle, ainda bem, de chefias e empresários inescrupulosos.

Uma organização alinhada com os novos tempos deve privilegiar o clima organizacional saudável, cultivar o diálogo e o respeito em relação aos seus funcionários e promover uma comunicação interna democrática, que abra espaço para o pluralismo de idéias e a divergência de opiniões. O assédio moral compromete as relações de trabalho, degrada o ambiente organizacional e contribui para o surgimento de crises institucionais, cada vez mais comuns nos dias de hoje.

Os bancos, que têm uma imagem ruim em função de seus juros pornográficos e da sua nem sempre relação amistosa com os clientes (badalam os que têm grana e espezinham os que estão em dificuldade financeira), deram um passo importante para reverter, ainda que parcialmente, esta situação.

O negócio agora é colocar o acordo pra funcionar e exigir que as instituições financeiras tratem melhor os seus funcionários, dando inclusive exemplo a outros setores que também não podem orgulhar-se (muito pelo contrário) de sua democracia interna.

Talvez seja a hora de rediscutir o uso de câmeras de vídeo para vigiar funcionários (há empresas que são mesmo dinossáuricas!), alguns processos degradantes de escolha de novos contratados (tem gerente de RH que obriga candidatos a se comportarem como animais e que os submete a todo tipo de constrangimento) e mesmo dos house-organs que são utilizados apenas para badalar empresas e chefias: sem cor, sem cheiro, sem sabor, sem coisa alguma de tão desinteressantes.

As redes sociais estão aí para as denúncias contra empresas e chefias. Vamos utilizá-las amplamente no caso de assédio moral e também para saudar organizações e gestores que respeitam os seus funcionários. Não podemos ser complacentes com o autoritarismo interno porque ele é incompatível com a democracia e a cidadania. Vamos chutar (com força) os fundilhos dos chefes que ainda acreditam que a liderança tem a ver com o uso do porrete, como nos tempos da ditadura.

O mercado, o ambiente de trabalho, a sociedade está mudando. Por que determinadas organizações não se deram ainda conta disso? Aposto que elas não sobreviverão."

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eu preciso e só eu posso!!!

Preciso postar! Simples, curto, claro e de outra autoria!


Clarice Lispector me deu a luz. Deu-me a inspiração... Deu-me a vontade e o desejo de postar 'isso' aqui! Esse aqui pode não ser o melhor, nem o mais adequado, mas é o que há neste momento.


"Não sei qual a minha culpa mas, peço perdão. A luz do farol revelou-os tão rapidamente que não puderam ver.Peço perdão por não ser uma "estrela" ou o "mar" ou por não ser alegre mas coisa que se dá. Peço perdão por não saber me dá nem a mim mesma, para me dar desse modo a minha vida se fosse preciso mas, peço de novo p...erdão, não sei perder minha vida." C.L

Expresso aqui minha saudade, minha indignação, minhas frustração, meu anseio maior: Viver BEM! ou BEM viver! Apenas! Não tenho muito a falar e talvez o que eu fale seja confuso, solto, mas eu falo. Me expresso!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Marcelo Tas: 'O humor é uma ferramenta muito eficiente para o jornalismo e para a educação'


Publico esta entrevista aqui no Blog, porque tenho uma admiração por este jornalista e pelo site Nós da Comunicação e acho que há relevância em tudo que este profissional diz e faz. Ele acredita na diferença que faz e é por isso que dá certo! Só nos resta ser mais bem humorados depois das palavras do querido, irreverente Tas.



Nascido em Ituverava (a 400 km de São Paulo), Marcelo Tristão Athayde de Souza – mais conhecido como Marcelo Tas – descobriu seu talento para a comunicação quando estudava Engenharia Civil na Universidade de São Paulo (USP). Durante dois anos, foi editor de um informativo anarquista – feito pelos próprios estudantes do curso –, que misturava jornalismo e humor. No mesmo período, ingressou na faculdade de Comunicação, se dedicando as duas paralelamente. Após o término dos cursos, Tas continuou a ousar, mas agora na TV: abriu uma produtora de vídeo; representou o repórter Ernesto Varela – que ironizava políticos –; apresentou o ‘Vídeo Show’, na Rede Globo; e interpretou o famoso Professor Tibúrcio, do infantil ‘Rá-Tim-Bum’; entre outros. Além disso, dirigiu e escreveu roteiros para vários programas, se tornando inclusive um dos profissionais mais polivalentes da TV brasileira.

Hoje, 27 anos depois de sua estréia na TV, o apresentador está à frente do ‘CQC’, da Band. Além disso, está com um projeto infantil no canal a cabo Cartoon Network – o ‘Plantão do Tas’, um telejornal com notícias falsas. Em recente palestra realizada na Casa do Saber, no Rio de Janeiro, Tas falou sobre o sucesso do ‘CQC’, que conquistou não apenas os jovens, mas também adultos e crianças. Com isso, a atração passou a usar como slogan ‘O programa da família brasileira’. “A emissora foi muito feliz em identificar um público que está interessado em política, denúncia. Percebo que as pessoas estão sedentas de um jornalismo diferente, que desejam ter acesso a uma informação mais direta e espontânea”, destacou ele em sua apresentação. Em outro momento, ele afirmou que o ‘CQC’ trouxe uma novidade: uma mistura de jornalismo e entretenimento, com humor na medida certa. “Até hoje, os telespectadores perguntam como nos classificamos, mas não quero ter essa tarefa. Algumas pessoas dizem que nosso programa é de entretenimento, outras, que fazemos jornalismo. Para mim não há problema. O que importa é a história que estamos construindo. Queremos continuar a emocionar e a fazer rir.”

Nessa entrevista exclusiva à revista Comunicação 360°, Marcelo Tas falou sobre como o humor pode influenciar a vida das pessoas e contribuir para o debate social. O resultado você confere no bate-papo a seguir.

Nós da Comunicação – Ao ser caracterizado como uma manifestação crítica, transparente e inteligente, o humor pode ter se tornado uma peça-chave para promover o debate social?

Marcelo Tas – Para mim, humor sempre foi um veículo inteligente. Freud já dizia que a risada é uma faísca que surge quando você entende algo. É uma síntese muito rápida de um insight. Então, digo que o humor está ligado à inteligência. E, hoje, é muito difícil fazer humor de qualidade. Por isso, acredito que seja uma ferramenta muito eficiente para o jornalismo, mas também pode ser para a educação. Um professor que consegue usar o humor em uma aula de física, por exemplo, consegue fazer sua explicação muito mais interessante para os estudantes. Agora, em minha opinião, é uma ferramenta que deve ser tratada com muito carinho e respeito.

Nós da Comunicação – Você acredita que o humor pode influenciar a vida das pessoas e o ambiente de trabalho?

Marcelo Tas – Eu tenho certeza que pode influenciar, inclusive na vida amorosa. Eu acredito que o humor é a porta para o romance. Quando você faz uma mulher rir, uma janela se abre para que a conversa se alongue. E o mesmo acontece com um homem, com um filho e, até mesmo, na relação professor/aluno. Quando você usa humor e é capaz de rir de si mesmo, você não tem a arrogância de achar que não erra. Essa é a grande virtude do palhaço: escorregar para que as pessoas riam do ridículo dele.

Nós da Comunicação – Como conciliar jornalismo com humor, como faz no CQC, sem cair no erro?

Marcelo Tas – É dificílimo. No caso do ‘CQC’, temos de correr riscos, senão não tem graça. Se pararmos para pensar, os mandamentos do jornalismo pregam que o profissional deve ser imparcial, equilibrado, preciso. O humor é o contrário: é impreciso, imprevisível e a qualquer momento pode dar errado. Com isso, estamos sempre em uma corda bamba. Algumas vezes erramos na dose e caímos no abismo, outras, conseguimos ter sorte. Mas ainda acredito que seja muito melhor continuar arriscando do que ficar com medo, parcimonioso ou jogando com regras muito marcadas. Para mim, essa é a chave do ‘CQC’.

Nós da Comunicação – Em sua opinião, qual é o limite entre o humor e a ética?
Marcelo Tas –
É o respeito, tanto por quem você está entrevistando quanto pelo telespectador. Acho que não vale ultrapassar os limites ou usar do desrespeito para fazer graça, até porque o público percebe que você forçou algo que não é justo e aí, o que era para ser engraçado, com certeza, perderá a força. Quer dizer, para criticar alguém que você considera injusto, não se pode fazer o mesmo que ele faz. Esse é um ponto que discutimos muito no ‘CQC’. Se roubarmos no jogo para entrevistar um político, por exemplo, estaremos cometendo o mesmo erro que, talvez, critiquemos nele.

Entrevista retirada do site www.nosdacomunicacao.com e foi feita por Sânia Motta.